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O corpo da beata em sua urna. São Crisogono, Roma. Deus lhe fez saber que ela não veria os grandes acontecimentos que ela, entretanto, profetizou. |
A “definitiva” não era para o tempo da Beata que, portanto, sabia que não veria o triunfo de Deus contra todos os inimigos da Igreja.
Porém, obviamente, seus confidentes e amigos defendiam este ou aquele procedimento para melhor se prepararem.
Entretanto, foi Nossa Senhora quem ensinou à Beata a atitude certa para dispor seu espírito para a “definitiva”. Em 13 de setembro de 1831, assim lhe disse:
“agora não é tempo de milagres, porque a hora de a Igreja retornar ao seu primeiro estado ainda não chegou. Filhos meus, eis aqui vossa Mãe. Eu vos abençôo, abençoa-vos Meu Pai, mas sede bons, sede bons, sede bons.
“Sofrei com boa disposição por meu amor, até que venha o Espírito Santo para vos abrasar de amor e dar a definitiva a este mundo iníquo. Tereis chegado ao fim.
“Fica-vos pouco por padecer. Todos os reinos, cidades, povos, castelos, províncias, se encontrarão em penas, em problemas, em tribulações, em tormentos até a definitiva” (Vol. IX, págs. 152-155).
Segundo o Pe. Bouffier S.J., “Ana Maria falava amiúde” ao sacerdote seu confidente, “da perseguição pela qual a Igreja deveria passar, e da infeliz época em que se veria o desmascaramento de uma multidão de pessoas que se acreditava serem dignas de consideração.
“Certa vez ela perguntou a Deus quem resistiria a essa terrível prova. E lhe foi respondido: ‘aqueles a quem concederei o espírito de humildade’”.
Por isso Ana Maria estabeleceu em sua família o costume de após o terço da noite, rezar três Padre-Nossos, Aves e Gloria ao Pai, a fim de obter da misericórdia e bondade infinita da Santíssima Trindade a mitigação do flagelo que Sua justiça reserva para esses tempos calamitosos.
“Esse flagelo lhe foi manifestado numerosas vezes no misterioso sol.
Aprouve a Deus revelar-lhe também que após numerosas e dolorosas provações, a Igreja obteria um triunfo tão portentoso que os homens ficariam estupefatos; que nações inteiras voltariam à unidade na Igreja romana e que a Terra mudaria de aspecto” (Bouffier, op.cit.,págs. 251-252).
A Beata faleceu em Roma no dia 26 de novembro de 1837.
Sua causa de canonização foi introduzida em 8 de janeiro de 1863, sob o pontificado do Bem-aventurado Papa IX, pelo qual ela oferecera inúmeros padecimentos e orações.
Em 4 março de 1906, o Papa São Pio X aprovou o decreto de virtudes heroicas declarando-a Venerável.
Ana Maria Taigi foi beatificada no dia 30 de maio de 1920 por S.S. Bento XV. Segundo informou a agência ACIDigital: "o decreto de beatificação a aponta como: 'pródigo único nos fastos da Santidade'".
A Santa Sé fixou sua festa para o 10 de junho. Seu corpo está exposto em urna de cristal num altar da igreja de São Crisógono in Trastevere, na capital dos Papas, onde pode ser venerada pelos fiéis. Um muito discreto museu na igreja recolhe objetos e pertences ligados à vida da Beata.
FIM
Notas:
1 ) Pe. Gabriel Bouffier S.J., “La Vénérable Servante de Dieu Anna-Maria Taigi d'après les documents authentiques du procès de sa béatification”, Ambroise Bray, libraire-éditeur, Paris, 1865.
2 ) Todas as citações dos ditados da Beata anotados de Mons. Natali foram tiradas dos Manuscritos origináis conservados sob a classificação MS. 337ª no Arquivo de San Carlo alle Quattro Fontane dos padres trinitários de Roma. Eles são citados indicando o volume e a página respectiva.
3 ) Proc Apost. fol. 1537, apud Mons. Carlo Salotti, “La Beata Anna Maria Taigi secondo la storia e la critica”, Libreria Editrice Religiosa, Roma — Scuola tipografica italo-orientale « S. Nilo », Grottaferrata, 1922, 423 págs.