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Triste estado do clero e do povo atrai um castigo corretivoBeata Ana Maria Taigi 6

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Busto da Beata Ana Maria Taigi
Busto da Beata Ana Maria Taigi

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Em numerosas ocasiões, Deus desvendou a dor que Lhe produzia a decadência moral e disciplinar do clero. Por exemplo, em 6 de janeiro de 1817, na igreja da Propaganda Fide (capela dos Reis Magos), ela ouviu:

“Todos os sacerdotes deveriam andar de batina. Considera-se com muita superficialidade o que quer dizer sacerdote. Se eles levassem em consideração o que na realidade é um sacerdote e o que quer dizer sacerdote, viveriam como anjos e não como animais. (...)

“Olha, minha filha, como andavam outrora, e contempla-os, observa-os. Assim Eu andava com todos os meus Apóstolos e discípulos. Olha um pouco agora de que maneira se conduzem em meio ao século.

“Sacerdotes, Prelados, Bispos e Cardeais e [N.T.: aqui há três palavras meticulosamente riscadas]. Os abusos são grandes, mas hão de acabar logo” (vol. II, pp. 510-511).

Esta decadência na classe sagrada aconteceu por contaminação da decadência geral dos costumes que infeccionava toda a sociedade e naturalmente entrava por osmose nos ambientes eclesiásticos.



Um exemplo típico que podemos citar entre muitos outros aconteceu em 31 de Agosto de 1816, segundo os registros do anotador. Na oportunidade, Deus queixou-se mais uma vez da leviandade do povo romano:

“Oh Roma, Roma, habitantes iníquos, que desconheceis o bem que Eu vos fiz. Vou tomando nota de vossa incorrespondência. Mas, quando Meu Pai der a ordem, tudo acabará!...

“Sabei que agora as almas chovem como neve no inferno. Chorem e chorem todos amargamente, porque Roma não pode mais ser chamada de santa.

“Os homens vivem como animais. E não procuram senão comodidades e prazeres, e satisfazer plenamente a sua iniquidade. (...) Eu cobrarei vingança sobre eles e deveria aniquilá-los por causa de seus pecados.

“Contudo, Eu sou Pai amoroso e fico aguardando. Mas quando o tempo estiver esgotado, não haverá mais remédio. Com teus próprios olhos verás um dia aquelas almas que são premiadas nesta terra e que pela sua soberba [vão para o inferno].

“Quero fazer-te ver este lugar. Então, sim, minha filha, terás medo. Pedirás piedade e misericórdia para eles, mas não haverá piedade para muitos. Porque hão de penar para sempre.

“Sim! Verás como serão atormentados pelos diabos na proporção de seus pecados. Mas, o que mais me atormenta e mais me causa pena, é Eu ser de tal maneira mal recompensado por meus ministros. E aqueles que devem dar o bom exemplo cometem mais pecados que os leigos (...)

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“Os homens são muito cruéis, não sabem distinguir o bem do mal porque vivem segundo seu capricho; (...) Pobre Igreja minha, e pobres tempos: em mãos de quem se encontram!

“Tocam minhas sagradas carnes; mas antes se sujaram com sangue humano. Depois vêm comungar. Estão em comércio com mulheres e depois vêm celebrar a Missa.

“Em festas, diversões, jogos e comilanças vão saciando bem seu corpo. E depois que estão bem satisfeitos vão para a Igreja me louvar. Olha bem, minha filha, que boa gente e qual é o prêmio que Eu posso lhes dar!” (Vol I, págs. 346-349).

Notas:
1 ) Pe. Gabriel Bouffier S.J., “La Vénérable Servante de Dieu Anna-Maria Taigi d'après les documents authentiques du procès de sa béatification”, Ambroise Bray, libraire-éditeur, Paris, 1865.
2 ) Todas as citações dos ditados da Beata anotados de Mons. Natali foram tiradas dos Manuscritos origináis conservados sob a classificação MS. 337ª no Arquivo de San Carlo alle Quattro Fontane dos padres trinitários de Roma. Eles são citados indicando o volume e a página respectiva.
3 ) Proc Apost. fol. 1537, apud Mons. Carlo Salotti, “La Beata Anna Maria Taigi secondo la storia e la critica”, Libreria Editrice Religiosa, Roma — Scuola tipografica italo-orientale « S. Nilo », Grottaferrata, 1922, 423 págs.

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Altos elogios aos bons nobres e severas repreensões aos mausBeata Ana Maria Taigi 7

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Altar com a urna da Beata Ana Maria Taigi.
Igreja de San Crisogono, Roma

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A bem-aventurada Ana Maria manteve relações espirituais com membros ilustres da nobreza, bons e maus. Deus lhe fez ver que nesta classe ilustre tinha prediletos e também inimigos.

Em 18 de agosto de 1830, enquanto rezava por um augusto representante da nobreza romana, ouviu:

“Não rezes por essa alma porque é um precito. Não somente ele, mas toda a sua estirpe (...) embora na aparência pareça convertido, não o está em seu coração. (...)

“Estes são aqueles valorosos romanos, dos quais existe ainda um grande número. Em grande número são réus de morte por graves delitos. Mas há 20 deles para os quais já está assinada a condenação” (Vol. VIII, pág. 566).

Em 20 de maio de 1831, a propósito de outro nobre:

“Não vedes até onde chega a sua iniquidade após tantas graças recebidas? (...) ele comete um sem-número de pecados e depois pede para rezarem por ele, a fim de obter o que quer, e fazer o quer, o que bem entende.

“Isto jamais se viu e jamais se verá no mundo. Dize a teu confidente que escreva que não há alma pior, mais criminosa e orgulhosa do que ele desde que Meu Pai criou o mundo. Mas esse é um defeito e um grande pecado de toda a Nobreza, especialmente de toda sua família” (Vol. VIII, págs. 680-681).

Mas assim como havia péssimos nobres que pesavam de modo desfavorável ao bem na guerra deste contra o mal – luta esta que a Beata via se desenvolver ora simbolicamente, ora materialmente no “sol místico” – também havia outros que agiam pela causa da Cristandade vivendo no magnífico e virtuoso estilo da aristocracia católica.



A princesa Maria Luísa de Bourbon, duquesa de Lucca

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Sua Alteza Maria Luisa de Bourbon,
duquesa soberana de Lucca,
com seu filho Carlo.
Goya, Museu do Prado, Madri.
Encontramos nas visões da Beata Taigi um exemplo acabado de virtude no exercício do governo soberano: o da princesa Maria Luísa de Bourbon (1782–1824).

Ela nasceu Infanta de Espanha, depois foi rainha consorte e regente de Etruria e, por fim, duquesa soberana de Lucca.

A princesa viveu certos períodos em Roma. Deus recomendou à Beata Taigi apelar a ela nas suas dificuldades materiais. Em 20 de janeiro de 1820, Mons. Natali registra:

“Vai, vai, mina filha a ver a Maria Luísa. Não temas, ela te receberá com muita clemência e consolar-te-á em tuas pequenas necessidades. Diz-lhe da minha parte que seja bondosa e que se resigne, pois virei consolá-la pronto” (Vol. VI, pág. 44).

A princesa concebeu tão grande admiração pela virtuosa filha do povo que chegava a enviar “espiões” para saber o percurso da Beata quando saía de casa, pois então mandava tocar sua carruagem e lacaios para encontrá-la ‘casualmente’ na rua a fim de puxar uma prosa.

Por ser de classe inferior, mas admiradora das legítimas desigualdades colocadas por Deus entre as criaturas, a beata conversava em pé com a princesa soberana sentada em sua rica carruagem.

Certa vez Sua Alteza – pois tinha direito a esse título – convidou-a a subir na carruagem, mas a Beata recusou, pois não ficava bem a mistura de classes sociais, sobretudo naqueles tempos de revoluções igualitárias.

A princesa morreu de câncer em Roma. Numa data não muito depois de 11 de março de 1824, Mons. Natali anota a revelação divina anunciando com estas palavras à Beata Taigi a entrada da princesa no Céu:
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Deus revela a entrada principesca no Céu
da duquesa Maria Luisa. Anotação de Mons. Natali.

“Chegou tua cara e dileta ao repouso eterno. Concluíram suas penas e ganhou a felicidade eterna.

“Encontrou, sim, um Reino mais belo que o seu. Ela o foi construindo como um grande senhor que ao viajar manda farta equipagem para precedê-lo, de maneira que chegando encontra tudo preparado e faz-se uma festa grandiosa.

“Assim aconteceu com ela” (Vol. VII, pág. 303).

Na página desta anotação, o sacerdote desenha o escudo real da monarquia francesa restaurada pelos Bourbons.

O general Michaud de Beauretour e o czar da Rússia Alexandre I

Ana Maria auxiliou muitos nobres necessitados fazendo uso de seu misterioso sol. Mons. Salotti conta o caso do general franco-piemontês Alexandre Michaud de Beauretour (1771 – 1841), que combateu contra a Revolução Francesa e depois contra Napoleão, tendo chegado a ajudante-de-ordem do czar Alexandre I, da Rússia.

O general foi a Roma para se beneficiar das graças do jubileu de 1825. Lá, ele ouviu o boato de que o imperador falecera subitamente. Na embaixada russa ninguém sabia nada e os que falavam estavam errados.

A rainha Maria Teresa de Sardenha, viúva do rei Vittorio Emmanuele, garantiu-lhe que as últimas ‘cartas de Viena’ – cartas diplomáticas que transmitiam as mais confidenciais informações políticas – nada diziam. Um amigo lhe falou da Beata e o general não perdeu um segundo para ir à casa da pobre mulher.

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Czar Alexandre I da Rússia
Czar Alexandre I da Rússia
Com toda tranquilidade ela lhe confirmou a má notícia: o imperador de todas as Rússias estava morto. O general resistiu, mencionando os despachos da embaixada russa e o silêncio das ‘cartas de Viena’.

Ela disse sem hesitar: “Amanhã a embaixada russa receberá a notícia oficial”.

No dia seguinte, o general recolheu a trágica nova e voltou para ver a Beata. Ela consolou-o dizendo que a alma do imperador Alexandre estava no Purgatório, pois ele morrera convertido ao catolicismo.

Ana Maria havia visto no “sol” a sua morte, as causas dela e a salvação de sua alma: foi misericordioso com o próximo, respeitou o Soberano Pontífice, Vigário de Jesus Cristo, e protegeu a Igreja Católica. (Salotti, op. cit., págs. 233-235).

Alexandre I derrotou três vezes Napoleão, e para os historiadores seu desaparecimento continua sendo um mistério. Não poucos acham que ele fingiu morrer para adotar a vida penitencial de um ermitão.

Notas:
1 ) Pe. Gabriel Bouffier S.J., “La Vénérable Servante de Dieu Anna-Maria Taigi d'après les documents authentiques du procès de sa béatification”, Ambroise Bray, libraire-éditeur, Paris, 1865.
2 ) Todas as citações dos ditados da Beata anotados de Mons. Natali foram tiradas dos Manuscritos origináis conservados sob a classificação MS. 337ª no Arquivo de San Carlo alle Quattro Fontane dos padres trinitários de Roma. Eles são citados indicando o volume e a página respectiva.
3 ) Proc Apost. fol. 1537, apud Mons. Carlo Salotti, “La Beata Anna Maria Taigi secondo la storia e la critica”, Libreria Editrice Religiosa, Roma — Scuola tipografica italo-orientale « S. Nilo », Grottaferrata, 1922, 423 págs.
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Napoleão, flagelo enviado por Deus. Seu lugar na eternidadeBeata Ana Maria Taigi 8

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O sol místico da Beata Taigi, num quadro de época
O sol místico da Beata Taigi, num quadro de época
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Durante a vida da Beata, as guerras napoleônicas representaram o pior flagelo anticristão voltado contra as monarquias legítimas e, portanto, contra o Papado e a Igreja Católica.

Ana Maria teve muitas visões a respeito. Após a derrota definitiva e o exílio de Napoleão na ilha de Santa Helena, a mãe do déspota, Letícia Bonaparte, mais conhecida como Madame Mère, e seu meio irmão, o Cardeal Joseph Fesch – que cuidou de Napoleão e dos irmãos após ficarem órfãos de pai – se refugiaram em Roma.



Lá mantiveram relações pessoais e espirituais com a beata Ana Maria. Este relacionamento, entretanto, nada afetou o juízo da Beata sobre o tétrico tufão anticristão capitaneado por Napoleão.

Em 31 de março de 1819, Mons. Natali deixou consignado que nas primeiras revelações a Beata fora advertida de que “Napoleão se teria misturado com a família de muitos soberanos com a oculta cumplicidade dos maus” (Vol. IV, pág. 391).

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Napoleão serviu como flagelo de Deus.
Construiu seu império sobre milhões de mortos.
Detalhe da batalha de Eylau
Em diversas ocasiões, Deus lhe explicou por que permitiu esse tufão revolucionário:

“Dizei-me: com qual objetivo eu enviei Napoleão? Ele foi ministro de meu furor para punir as iniquidades dos ímpios e humilhar os soberbos. Um ímpio destruiu outros ímpios” (documento inédito, Série III, C, pág. 371, apud Salotti, pág. 223).

“Ela viu – depôs a princesa Barberini – no misterioso sol a derrota do exército francês do Norte diante de Moscou no próprio momento em que acontecia.

“Ela descreveu para mim toda a derrota de Napoleão, fornecendo-me todos os detalhes bem antes que a notícia pudesse chegar.

“Ela viu também sua morte em Santa Helena, seu leito, suas disposições, seu túmulo, as cerimônias de seu funeral, a sorte deste príncipe no tempo e na eternidade” (Testemunho da princesa Barberini no processo, apud Bouffier, p. 241).

Em 24 de julho de 1821, ela contou a seu anotador que antes mesmo de o imperador revolucionário falecer, fora dado a ela ver a cadeira que estava reservada para ele no inferno,

“feita inteiramente de pontas afiadas como diamantes, toda ela consumida por um fogo que ardia violentamente. Ouviu que nenhuma alma entre as mais amadas por Deus no Céu podia revogar o decreto.

“Além do mais, prossegue Mons. Natali, disse-me que no dia em que [Napoleão] morreu, ela viu no sol místico muitos combates e sombras inexplicáveis, e um feíssimo bode selvagem.

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Napoleão montou seu trono sobre as ruínas dos tronos legítimos.
Mas, a beata Taigi viu seu trono eterno no inferno
“Que aquela época foi de uma tristeza e de um combate grandíssimo para todas as almas, e que ela se sentiu de tal maneira opressa que não se lembrava de nada comparável.

“Na manhã do dia seguinte à chegada da notícia, logo após comungar, ela ouviu na Missa as seguintes palavras, pronunciadas em tom suave e agradável: eis que acabaram os anos, os dias e os momentos daquele que havia posto o mundo em revolução.

“De que lhe servem agora todos os seus ornamentos de pedras preciosas, prata e ouro que roubou? O sangue dos pobres clama por vingança e clamará até o dia do Juízo Final.

“E ele, lá embaixo, sofrerá a pena, e toda a sua estirpe vai se reunir com ele. Porque aqueles que no mundo gozaram prazeres e contentamentos é necessário que os paguem na outra vida com cruéis tormentos” (Vol. V, págs. 803-805).

Fenômenos constantes no “Sol” místico

Além de fatos específicos envolvendo pessoas e eventos facilmente reconhecíveis, um número muito maior de sinais de lutas entre o bem e o mal no mundo se lhe afiguravam continuamente no sol místico, a maioria dos quais ela própria não sabia interpretar.

Por exemplo, em 21 de março de 1831, ela viu nesse sol uma chuva escura relativamente habitual, a qual “cresceu como se fosse um dilúvio, com grande concentração de trevas que caíam como flocos de neve. (...)

“Na noite do 27, viu cair um grande número de trevas mais densas, crescendo a ponto de não ser ver mais nenhum objeto” (...)

“na Quinta-feira Santa viu (...) um grande torrente de sangue, bem larga e extensa, acompanhada por três ou quatro grandes chagas sanguíneas e feias que unidas encobriam a metade do Sol.

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Exemplo de como se encontram as anotações de Mons. Natali
“Visão quase semelhante à dos primeiros dias do carnaval apontando a conjura sanguinária que deveria explodir em Roma, mas que foi descoberta e esconjurada pela intercessão da Santíssima Virgem.

“Na tarde de quarta-feira, ela viu duas belas Cruzes latinas luminosas na extremidade do Sol, (...)

“na tarde de quinta-feira 7 de abril (...) trevas, manobras, corre-corres, motins, confusões, três pontos e outras visões horríveis e espantosas como nos dias que precederam o desvendamento da revolução.

“Por isso, a piedosa mãe acha que não somente não acabaram os esforços dos ímpios, mas que eles tentam outros mais ousados (...)

“Conversando sobre a França, viu o Sol se abrir pelo meio e aparecer uma figura geográfica com o plano de uma cidade totalmente negra escuríssima, enlutada.

“Ela me disse que algum grande fato revolucionário devia ter acontecido, e ela via, aparecendo junto, mapas menores como de castelos, grandes correrias e movimentações” (Vol. VIII, págs. 684-694).
Notas:
1 ) Pe. Gabriel Bouffier S.J., “La Vénérable Servante de Dieu Anna-Maria Taigi d'après les documents authentiques du procès de sa béatification”, Ambroise Bray, libraire-éditeur, Paris, 1865.
2 ) Todas as citações dos ditados da Beata anotados de Mons. Natali foram tiradas dos Manuscritos origináis conservados sob a classificação MS. 337ª no Arquivo de San Carlo alle Quattro Fontane dos padres trinitários de Roma. Eles são citados indicando o volume e a página respectiva.
3 ) Proc Apost. fol. 1537, apud Mons. Carlo Salotti, “La Beata Anna Maria Taigi secondo la storia e la critica”, Libreria Editrice Religiosa, Roma — Scuola tipografica italo-orientale « S. Nilo », Grottaferrata, 1922, 423 págs.
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Visões de eventos futurosBeata Ana Maria Taigi 9

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Chão de porfírio e malaquita, na igreja de San Crisogono,
onde repousam os restos da beata.
"A divindade residia nela de uma maneira especial" (Cardeal Pedicini)
continuação do post anterior

Os mais sisudos historiadores, críticos e analistas engajados no exigente processo de beatificação – que se debruçaram sobre os quatro milheiros de folhas de anotações de Mons. Natali e sobre os depoimentos de cardeais, príncipes, bispos, sacerdotes e populares – falam com frequência em “milhares” de casos nos quais os dons proféticos da beata Taigi se manifestaram.

Só tendo espaço para mencionar os citados acima, resumimos esse conjunto assombroso com o juízo daquele que foi durante 20 anos seu diretor espiritual, o Cardeal Carlo Maria Pedicini:

“Não há a menor dúvida de que a divindade residia nela de uma maneira especial. Com efeito, em virtude desse dom extraordinário e ainda desconhecido, a Serva de Deus participava do conhecimento certeiro que Deus tem de todas as coisas, na medida em que a alma de uma transmissora possa possuí-la.


“Esse dom é próprio do Paraíso, um dom do qual só os bem-aventurados que lá se encontram usufruem, da maneira beatífica mais absoluta. É certo que Deus havia estabelecido sua sede no coração de sua serva. E Ele lhe confiava seus maiores secretos”.



Com esse dom, a beata Ana Maria profetizou durante décadas, causando pasmo as suas confirmações, jamais desmentidas pelos fatos, segundo consta na Positio, o documento que postula canonicamente a sua beatificação.


Mas ela falou não apenas de seu presente; de modo também abundante, falou do futuro, que talvez já esteja sendo o nosso presente.

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Corpo incorrupto da beata Taigi
Deus lhe mostrava o desfecho a que deviam conduzir os costumes que se degradavam no clero e no povo e as conjurações anticatólicas que se agigantavam em antros ocultos.

Deus mostra o fim das iniquidades

Deus lhe revelava esses cenários do porvir não sem antes lhe fazer uma demonstração lógica e arrazoada das causas humanas e sobrenaturais que o preparavam. Para isso, analisava fatos que a Beata assistia em sua vida cotidiana, a partir dos quais apontava os desdobramentos vindouros.

Como resumir em estreitas linhas esses panoramas tremendos e grandiosos que podem nos atingir? O próprio Deus recorria a um termo muito anotado por Mons. Natali: a “definitiva”.

Com esta palavra, Ele se referia instantemente ao desfecho vindouro da luta entre o bem e o mal.

A “definitiva” encerraria a atual fase histórica da guerra do Céu e do inferno, das almas boas e ruins, do próprio Deus e de seus anjos contra as potências infernais e seus acólitos terrenos.

Na “definitiva”, Deus poria fim a tanto caos, embates e profanações. E reergueria a Igreja a um grau de glória na terra como nunca antes se viu.

Mas a “definitiva” seria complexa e terrível. Nela se revelariam os pensamentos que jazem no fundo dos corações.

Esses desvendamentos surpreenderiam até os bons, pela maldade escondida inclusive em pessoas tidas como insuspeitas. Também os méritos dos bons, humilhados e postos de lado, resplandeceriam para surpresa do mundo que os menosprezava.
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Entre 13 e 17 de novembro de 1816, Mons. Natali registrou:

“Ah, minha filha, se naquele momento funesto e tremendo pudessem vir à tua casa príncipes, Cardeais e outros grandes personagens! Fariam bem porfiando em fazê-lo.

“Mas, não. Quem gozou e se cevou bem, chorará, e quem chorou gozará e rirá. (...) O castigo não veio, mas há de vir. Deus quer nos punir por causa de nossos pecados.

“Essa será a última descoberta na qual vai se separar o trigo do joio. Dizei, pois, que tudo o que foi visto não foi nada, (...) a terra vai tremer e o Céu vai ficar ensanguentado” (Vol. II, págs. 500-501).

Falando a respeito de S.S. Pio VII e das tribulações de seu Pontificado, Deus se estendeu sobre o tremendo evento futuro:

“Tudo o que aconteceu não é nada. Antes bem, não é mais do que um sopro. Ah o que vai ser a definitiva! (...) Ah, então sim, chorarão.

“Pobre Igreja! Pobres igrejas! Oh como estão mal cuidadas! Oh como estão mal administradas! E por quem! Ai! Para dizer toda a verdade, eu quero destruí-las todas, convertê-las em ruínas, não deixar pedra sobre pedra. Que da antiga igreja não fique sequer um sinal. (...)

“Dentro de todas elas há relíquias de meus santos. Mas, como são tratadas? (...) Destruirei!... Estou para destruir Roma. Mas não ainda, por causa de tantas almas minhas que ali estão.

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Cristo Apocalipse, Notre Dame de Paris
Cristo Apocalipse, Notre Dame de Paris
“Mas ai, mísera Roma! Como acabará! Em que mãos vai cair! Os bons virão comigo e os perversos acabarão seus dias amargamente e depois [sofrerão] eternamente, para sempre” (Vol. VII, págs. 265-266).

E num 5 de junho, Mons. Natali anotou mais uma severa advertência: “Minha filha, não estás contente por sofrer para satisfazer minha Justiça? Pois bem, Eu sou muito ofendido pelos meus ministros. Eles deveriam ser anjos e, em vez de anjos, são cloacas do inferno” (Vol. I, p. 201).

E em 13 de setembro de 1831: “Naquela hora, dos cristãos fingidos não ficará nenhum, e então muitos pedirão piedade e misericórdia, mas já não haverá mais tempo (...).

“Não se pode medir quanto tenham avançado as iniquidades, tanto do homem quanto da mulher. Os demônios, soezes, riem e festejam, porque não têm necessidade de tentações.

“Não, porque de modo suficiente a malícia e a iniquidade, tanto do homem quanto da mulher, superam em muitos graus a do demônio, pelas obscenidades que se cometem, de todos os gêneros, pelos dois sexos” (Vol. IX, págs. 2-3).

Notas:
1 ) Pe. Gabriel Bouffier S.J., “La Vénérable Servante de Dieu Anna-Maria Taigi d'après les documents authentiques du procès de sa béatification”, Ambroise Bray, libraire-éditeur, Paris, 1865.
2 ) Todas as citações dos ditados da Beata anotados de Mons. Natali foram tiradas dos Manuscritos origináis conservados sob a classificação MS. 337ª no Arquivo de San Carlo alle Quattro Fontane dos padres trinitários de Roma. Eles são citados indicando o volume e a página respectiva.
3 ) Proc Apost. fol. 1537, apud Mons. Carlo Salotti, “La Beata Anna Maria Taigi secondo la storia e la critica”, Libreria Editrice Religiosa, Roma — Scuola tipografica italo-orientale « S. Nilo », Grottaferrata, 1922, 423 págs.

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Castigos especiais aos católicos fingidamente observantes: beata Taigi 10

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Este rosto contemplou durante décadas a luta entre o bem e o mal refletida num sol místico.
Detalhe do corpo incorrupto da beata Taigi na igreja de São Crisogono em Roma
continuação do post anterior

A beata Ana Maria frequentava muitas igrejas, mas sua vida era a de uma dona de casa vivendo num ambiente popular.

Deus tirava exemplos das pregações que ouvia e dos costumes de todas as classes sociais para lhe fazer entender o que viria.

Deus insistia para ela que a promoção de uma piedade mole e adocicada que progredia sem cessar naqueles dias preparava a perdição de inúmeras almas.



Em 10 de setembro de 1820:

“Este é o tempo em que os falsos filósofos se ostentam. Entre eles falam pérolas, mas não causam impressão alguma nos povos porque não querem acreditar na verdade. (...) são falsos filósofos, cheios de soberba e orgulho. Desses o mundo está cheio.

“E para esses há um inferno especial. Se alguém professa a verdade, é ofuscado por estes [falsos filósofos] e o povo fica perplexo, porque a miserável humanidade prefere o doce antes que o amargo” (Vol. VI, pág. 85).

“Assim dirás a teu confidente que diga a esta gente que, chove almas no inferno como a neve. E (as almas) de quem? De batizados.


“São cristãos de nome, são animais de fato, vivem como animais. Antes bem, pior que os animais. Como se (podem) salvar cheios de ódio, cheios de pecados? Depois se dirá que são cristãos, mas...” (Vol. IX, pág. 85).
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Em quatro milheiros de folhas como esta,
Mons Natali anotou a luta entre o bem e o mal no mundo
que a beata Taigi contemplava continuadamente

No terceiro domingo de Páscoa de 1817, na igreja do Santíssimo Crucifixo de Campo Vaccino, São Pietro in Carcere, ouviu:

“Não te espante o fedor continuo que sentes sob as tuas narinas, porque é o mau odor da corrupção do mundo presente. (...) Tu o sabes porque Eu te disse muitas vezes e volto a repeti-lo: “chove almas no inferno como neve e ainda não acabou” (Vol. III, págs. 43-44).

Em 1828: “O respeito humano leva ao inferno muitos confessores com todos os seus penitentes. Para não dar um remédio amargo ou o mais mínimo desgosto, morrem tantas almas e vão para a casa do diabo.

“(...) de quem é a culpa? (...) Sabes de quem é? (...) Quando esses estarão diante de meu Tribunal, o que será deles? (...) Por esta razão, chove almas no inferno como a neve. (...) Vedes quantas ruínas há no mundo? Esta é a causa” (Vol. VII, pág. 433-437).

Em 6 de novembro de 1819: “Olha os tormentos espantosos dos eclesiásticos torturados pelos demônios. (...) Por que se consagraram a Deus quando não procuravam senão a ambição, o orgulho e a vaidade?

“As portas [do inferno] estão abertas. Lúcifer se regozija e seus companheiros festejam... Deixa, deixa, que essas portas Eu as fecharei, a voragem ficará cheia e poucos ficarão” (Vol IV, págs. 555-557).

Depois de 14 de abril de 1830:

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Roupas e objetos pessoais da beata.
Igreja de São Crisogono, Roma.
“A paz esteja convosco, meus filhos, por toda parte deveis dizer que não só não há paz, mas que os diabos dançam dia e noite, e tecem grandes tramas, apanham em suas redes muitos peixes, cordeiros e ovelhas e as levam à perdição em grandes quantidades, eles se abeberaram com o fel e com o sangue humano. (...)

“Eu te falei para não seguir os santos modernos, mas aferrar-te aos antigos, porque os santos modernos sendo todos ou quase todos falsos, te teriam estragado” (Vol. VIII, págs. 519-521).

Em 1832: “São lobos rapaces, lobos que devoraram muitas ovelhas sugando-lhes o sangue uma por uma. Se soubessem o que está preparado para eles irremediavelmente!

“É mais fácil que eu ouça o clamor de um herege do que de um desses lobos, tantas vezes lobos quanto são as ovelhas que esses lobos malditos devoraram” (Vol. IX, pág. 97-100).

Sinais do dia de Deus

Muitas almas santas elevavam já naqueles tempos orações a Deus pedindo a restauração da Igreja. Basta mencionar como exemplo São Luiz Maria Grignion de Montfort e sua “Oração Abrasada”. Porém, o Céu como que não atendeu às instantes impetrações dessas almas boas. Por quê?

Em 29 de julho de 1832, Nosso Senhor forneceu uma explicação à Beata:

“Há muito tempo que a Torre de Babel está instalada em Roma, e há muitos anos que deveria ter caído. E se não caiu, é porque muitas almas sacrificaram sua vida rogando a Meu Pai para que protelasse o momento de pôr fogo a este estado do mundo.

“Eu, sem embargo, que via que era a ruína de muitas almas boas que sofrem por esta causa, apesar de tudo Eu devia fazer a vontade de Meu Pai. Posto que esta desordem do mundo todo é um caos, não há mente humana que possa imaginá-la” (Vol. IX, pág. 85).

Outras almas boas, considerando a degringolada da sociedade cristã, se perguntavam quando Deus interviria. E até especulavam sobre os sinais que precederiam essa solene intervenção. Mas, o dia de Deus não se conhece.

Na segunda-feira de Carnaval de 1833, por exemplo, Nosso Senhor lhe disse:

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São Miguel Arcanjo, Castel Sant'Angelo, Vaticano
“Não se conhece qual é a hora em que Meu Pai quererá dar a ordem ao anjo exterminador.

“Ele aparecerá ameaçando de improviso (...) sabes? O anjo exterminador que com uma mão toca a trombeta e com a espada (...) Ai! quando acontecer aquele momento, todo o mundo ficará envolvido na conflagração” (Vol. IX, pág. 207).

Os sinais precursores revelados à Beata pouco têm a ver com as suposições da prudência mundana. Em 9 de novembro de 1820, o sacerdote registrou:

“Quando vires um dia feliz, tranquilo e de grande contentamento, então armazena alimentos: pão, vinho, azeite. Dinheiro não faltará. (...) Roma iníqua, Roma cruel, verás o fim da iniquidade” (Vol. VI, pág. 96).

A confusão das ideias é um dos sinais que mais se encontram nos registros de Mons. Natali.

Em 8 de junho de 1829, ele anota:
“Agora reinam os maus costumes, a política, o respeito humano, a simulação. Há um escândalo geral por toda parte. Este é o maior e mais forte castigo que caiu sobre todo o mundo: a confusão das ideias. Muitas vezes te disse que antes do fim passaríamos pela Torre de Babel. Mas o fim virá quando Eu achar por bem” (Vol. VII, pág. 468).

E em 1828: “Lembra, minha filha, que eu te falei que está instalada a Torre de Babel” (Vol. VII, págs. 375-376).

Em 31 de março de 1819, escreve Mons Natali:
a Beata “me disse que um dia que não saberia apontar, durante os primeiros anos [das revelações], ela ouviu que o mundo ficaria reduzido a um tal estado que os poucos sacerdotes que restassem seriam constrangidos a viverem escondidos nos esgotos levando o Santíssimo Sacramento no peito” (Vol. IV, pág. 391).

Notas:
1 ) Pe. Gabriel Bouffier S.J., “La Vénérable Servante de Dieu Anna-Maria Taigi d'après les documents authentiques du procès de sa béatification”, Ambroise Bray, libraire-éditeur, Paris, 1865.
2 ) Todas as citações dos ditados da Beata anotados de Mons. Natali foram tiradas dos Manuscritos origináis conservados sob a classificação MS. 337ª no Arquivo de San Carlo alle Quattro Fontane dos padres trinitários de Roma. Eles são citados indicando o volume e a página respectiva.
3 ) Proc Apost. fol. 1537, apud Mons. Carlo Salotti, “La Beata Anna Maria Taigi secondo la storia e la critica”, Libreria Editrice Religiosa, Roma — Scuola tipografica italo-orientale « S. Nilo », Grottaferrata, 1922, 423 págs.

continua no próximo post


Na semana da festa de La Salette.Reflexões aos pés de Nossa Senhora

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Em La Salette, Nossa Senhora falou
como a mãe que quer que seus filhos criem juízo
Nesta semana nos preparamos para a festa de Nossa Senhora de La Salette. No dia 19 de setembro vai se comemorar o 167º aniversário da famosa aparição no topo de uma montanha não muito longe da aldeia de La Salette-Fallavaux.

A aparição de La Salette não resultou de um acaso e não é um fato isolado da História. Antes bem, ela se encaixa numa longa e importante série de manifestações de Nossa Senhora.

E essa série corresponde a um andamento geral dos acontecimentos humanos que foram nos trazendo para o caos em que se debate o mundo atual.

A festa é, portanto, uma ocasião propícia para meditarmos nessa série de grandes anúncios de Nossa Senhora.

Nossa Mãe Santíssima apareceu muitas vezes, em lugares e épocas diferentes.

Operou milagres, convidou à reforma dos costumes, advertiu contra perigos, semeando sempre seu amor maternal até na hora dos mais graves avisos.

Mas, na aparição à Santa Catarina Labouré na rue du Bac Nossa Senhora iniciou uma série concatenada de manifestações.


Sim, as aparições da rue du Bac (1830), La Salette (1846), Lourdes (1858) e por fim Fátima (1917) formam um só todo. Elas não podem ser vistas como se não tivessem nada a ver uma com a outra.

Nossa Senhora age como a mãe que, quando seus filhos não andam bem, multiplica avisos e sinais de amor com uma insistência comovedora. E o filho que entende sua mãe percebe que o que Ela disse hoje se soma com o que Ela falou ontem e anteontem.

Na rue du Bac, a Ssma Virgem mostrou a Santa Catarina Labouré que o mundo trilhava a via da perdição, anunciou-lhe uma horrível revolução comunista: a sanguinária Comuna de Paris de 1870.

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Nossa Senhora apareceu chorando pela Revolução da humanidade,
e como uma rainha destronada
Ao mesmo tempo deu-lhe um sinal de predileção e de vitória para o mundo se corrigir: a Medalha Milagrosa.

Por meio desta medalha, Nossa Senhora nos concede graças e favores incomensuráveis e por isso merece ser chamada de Milagrosa.

Mas, e o mundo... não se pode dizer que tenha melhorado como Ela queria!

Dezoito anos depois, Ela apareceu em La Salette, cuja mensagem integral agora está acessível para todos.

Ali falou mais minuciosamente, como a mãe que vê o filho pouco ligando para o mal que se cerne sobre ele e quer fazê-lo cobrar juízo.

São palavras de uma mãe extremosa mas tão impressionantes que Ela mesma pediu para só serem reveladas doze anos depois.

Exatamente em 1858. Por quê 1858? Na hora ninguém sabia. Ela sabia.

Em 1858, Ela apareceu em Lourdes a Santa Bernadette Soubirous e abriu na famosa gruta a torrente de graças e milagres que atrai hoje as multidões.

Durante as visões, Santa Bernadette repetia as palavras que ouvia da Virgem: “Penitência, penitência, penitência”.

Entretanto, a humanidade seguiu pelo caminho que seguiu. Não fez penitência.

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Nossa Senhora insistiu mais uma vez em Fátima. E anunciou com palavras breves, tal vez as derradeiras, o castigo em que o mundo incorreria se não fizesse, por fim!, penitência.

E, encorajadoramente, profetizou a triunfo do seu Imaculado Coração, após tremendas punições.

Em La Salette e Fátima, a mesma Mãe de Deus e nossa, falou as mesmas coisas.

Fátima só se entende bem à luz de La Salette, e La Salette se entende inteiramente à luz de Fátima.

Uma mesma mensagem de uma mesma Rainha e mãe para um mesmo filho transviado.

Em todas, comunicando forças e instrumentos sobrenaturais para se corrigir, fazer penitência e afastar a justa punição de Deus.

Mas em todas falando a mesma verdade: Deus está irado com os pecados do mundo. Se este não se corrigir tremendos castigos virão.

Em La Salette Nossa Senhora falou por extenso. Em Fátima falou curto e grosso, como a mãe que adverte o filho desobediente que depois desse aviso não haverá mais protelações.

Pensemos nisso nestes dias, e pensemos como esses avisos se aplicam à confusão no mundo e no Brasil.

De ali poderemos obter esclarecimentos entender melhor o cerne do mistério de Fátima, e tirar o melhor proveito da mensagem de La Salette.


Meditação sobre Nossa Senhora de La Salettecomo foi descrita pela vidente Mélanie


Dia 19 de setembro é a festa da aparição de Nossa Senhora de la Salette.

No livro de Pie Regamey, “Les plus beaux textes sur la Vierge” (Livre De Poche Chrétien, 1962), vem um depoimento feito por Mélanie Calvat que é a menina que viu Nossa Senhora.

Façamos a leitura e depois alguns comentários.
Aparência: A Santíssima Virgem era alta e bem proporcionada. Parecia tão leve que um sopro poderia atingi-La, Entretanto, Ela permanecia imóvel e inalterável.

“Sua fisionomia era majestosa, imponente, mas não imponente como são as grandes da terra. Ela impunha um temor respeitoso, ao mesmo tempo que Sua majestade impunha respeito entremeado de amor. Ela atraía.

“Ao seu redor, como em Sua pessoa, tudo inspirava majestade, esplendor, magnificência de uma rainha incomparável. Ela parecia bela, clara, imaculada, cristalina, celeste.

“Parecia-me também como uma boa mãe cheia de bondade, amabilidade, amor para conosco, compaixão e misericórdia”.



Era o caso de dizer que essa pastorinha analfabeta merecia entrar na Academia Francesa de Letras por esta descrição. Porque é uma descrição admirável.

Lágrimas: A Santa Virgem chorava durante quase todo tempo que me falou. Suas lágrimas corriam lentamente, uma a uma, até seus joelhos, depois, como fagulhas de luz, elas desapareciam. Eram brilhantes e cheias de amor.

“Eu quisera consolá-la e que Ela não chorasse. Mas parecia-me que precisava mostrar suas lágrimas para melhor mostrar seu amor esquecido pelos homens.

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“As lágrimas de nossa terna Mãe, longe de enfraquecer seu ar de majestade de Rainha e Senhora, pareciam, ao contrário, embelezá-la, torná-la mais amável, mais radiante.

Olhos: Os olhos da Santíssima Virgem, nossa terna Mãe, não podem ser descritos por uma língua humana. Para deles falar, seria preciso um serafim, seria preciso a própria linguagem de Deus, de Deus que formou a Virgem Imaculada, obra prima de seu poder.

“Os olhos da augusta Maria pareciam mil e mil vezes mais belos que os brilhantes, os diamantes e as pedras preciosas. Eram como a porta de Deus por onde se podia ver tudo aquilo que pode encantar a alma.

“Somente seria suficiente para ser o Céu de um bem-aventurado, seria suficiente para fazer uma alma entrar na plenitude das vontades do Altíssimo, entre todos os acontecimentos que sucedem no curso da vida; seria suficiente para impelir uma alma a contínuos atos de louvor, agradecimento, reparação e expiação.



“Somente esta visão concentra a alma em Deus e a torna como uma morta-viva que olha as coisas da terra, mesmo as coisas aparentemente mais sérias, como brinquedos de criança.

“Ela só queria ouvir falar de Deus, daquilo que se refere à Sua glória. O pecado é único mal que Ela vê sobre a Terra e por causa dele ela morreria de dor se Deus não a sustentasse”.

É uma verdadeira beleza cada um dos pontos que diz respeito à aparência de Nossa Senhora.

Entre as ideias que estão simbolizadas na aparência de Nossa Senhora, eu poderia escolher três:

A ideia primeira é de um ente que está inundado de valores sobrenaturais e de graças, como compete Àquela que o anjo chamou de graça personificada. Então, a primeira ideia é do caráter sobrenatural.

A segunda é de uma majestade régia, que não tem nome; que se exprime nEla toda, mas que por outro lado se irradia em torno dEla.

E a terceira ideia, conjugada com a majestade, é uma bondade que não tem nome.

Uma pena, uma misericórdia, uma condescendência, um expandir afavelmente todos os seus dons sobre os outros para fazer os outros participarem desses dons.

Isso que parece contraditório com a majestade, na realidade é o corolário indispensável da majestade: essa efusão incomparável de bondade que está em Nossa Senhora.

Então, todos os traços que estão dados aqui são feitos para simbolizar isso.

Nos próximos posts, veremos uma análise ponto por ponto desses traços de Nossa Senhora, descrito por Mélanie.

(Comentários: Plinio Corrêa de Oliveira, 19/09/66. Sem revisão do autor)


Como era Nossa Senhora de La Salette e como era seu pranto

Consideremos ponto por ponto a descrição de Mélanie de Nossa Senhora em La Salette:

“A Santíssima Virgem era alta e bem proporcionada”.

A altura é um apanágio da majestade. Tanto é que aos príncipes que não são reis, se diz Vossa Alteza.

É evidente que não é altura física. Mas a altura física é uma imagem física da altura nos outros sentidos.

Portanto, não era necessário, mas convinha a Nossa Senhora uma altura bem proporcionada.

Porque a altura bem proporcionada é o contrário da altura esmagadora. É o que torna a altura acessível é a perfeição de suas proporções.

É o encaixe de várias coisas pequenas nEla, com graça e harmonia, que tornam essa altura variegada. É uma unidade na variedade.

Então, essa perfeição das proporções dEla.

Depois, Mélanie continua:


“Ela parecia tão leve que um sopro poderia atingi-La.

Realmente, um ente inteiramente espiritual, no qual o corpo era apenas uma dependência dominada pelo espírito; e não sujeita, portanto à lei da gravidade e à atração de terra. O sobrenatural nEla estava na sua plenitude.

E ainda:

“Ela impunha um temor respeitoso, ao mesmo tempo que Sua majestade impunha respeito entremeado de amor.

Então, era um respeito que, de um lado incutia temor e, do outro lado, incutia amor.

É propriamente a imagem da majestade verdadeira. É uma majestade que mete um temor reverencial, quer dizer, um temor feito não do medo da chibata, que acessoriamente pode entrar, mas é feito daquele medo de desgostar um tão alto ser e, por outro lado, um amor que Ela incutia pelo fato de ser quem era.

Isso está esplendidamente expresso.

“Ela atraía.

Realmente, a verdadeira majestade atrai. A verdadeira majestade não repele.

Quando a gente vê uma majestade que repele é uma falsa majestade. Por exemplo, Napoleão tinha uma majestade que repelia. Era porque não tinha nada de majestade autêntica. A verdadeira majestade atrai, não repele.

“Ao seu redor, como em sua pessoa, tudo respirava majestade, esplendor, magnificência de uma rainha incomparável.

O que havia em torno dEla? Um campinho ordinário, com umas ervinhas, mas Ela entrava e tudo se transformava num palácio. Por quê?

Porque a Escritura diz: “gloria ab intus”: toda glória da filha do rei – que é Nossa Senhora – lhe vem de dentro dEla, e Ela comunica essa glória a tudo quanto está em torno dEla.

“Ela parecia bela, clara

É a claridade luminosa, sobrenatural.



“imaculada, cristalina, celeste.

A ideia de cristalino firmar a pureza e o que havia de diáfano dentro dEla; algo da nobreza dos cristais

“Parecia-me também como boa Mãe, cheia de bondade, amabilidade, amor conosco, compaixão e misericórdia.

É por isso que São Bernardo constituindo a Salve Rainha pôs esse paradoxo logo no começo “Salve Rainha”; logo depois, “Mãe de Misericórdia, vida, doçura, esperança nossa”. Sumamente Rainha, sumamente Mãe e Mãe de suma misericórdia.

Essa justaposição nos dá bem a ideia da majestade perfeita.

Depois Mélanie passa a falar das lágrimas. Nossa Senhora chorava.
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Mélanie Calvat, vidente de La Salette
Mélanie Calvat, vidente de La Salette

Mas há dois modos de chorar: há um modo de chorar cheio de fraqueza e há um modo de chorar cheio de sobranceria.

A gente chora quando está abaixo da dor mas pode chorar também quando está acima da dor. Vamos ver como é o pranto de Nossa Senhora.

“A Santa Virgem chorava durante quase todo o tempo em que me falou. Suas lágrimas corriam uma a uma lentamente, até seus joelhos.

Eram lágrimas que corriam lentamente indicando o domínio. Nada de descabelado, nada de convulsivo.

Eram lágrimas como de uma rainha cheia de uma tristeza nobre e serena.

Elas se sucedem umas às outras, chegam até o joelho para indicar o impulso com que elas são choradas.

Como para indicar que assim como a lágrima lhe corre quase ao longo de todo o corpo, esta dor inunda toda a alma. É um símbolo belíssimo que há nisso.

Depois acrescenta:

“Depois, como fagulhas de luz, elas desapareciam.

Como é que podia acontecer com as lágrimas de Nossa Senhora?

Cair na terra?

Ficar formando um bolinho misturando com terra ou prosaicamente empapar o vestido dela?

A gente pode compreender uma rainha com os hábitos úmidos e pesados de lágrimas? Não.

Então, esse desaparecer como faíscas é uma beleza. A lágrima que no último momento brilha, dá uma luz e é recolhida pelo Padre Eterno nos seus esplendores.

É uma solução lindíssima para um problema que facilmente poderia se tornar prosaico.

“Eram brilhantes e cheias de amor.

Também as lágrimas de uma tal rainha deviam ser luminosas. Não podiam ser lágrimas opacas. Não podia ser.

Lágrima d’Aquela que é toda pura, só pode ser lágrima cristalina. A gente compreende que um certo brilho possa significar especialmente o amor. Há um mundo de tato em todas essas formulações. Tudo é bem pensado.

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“Eu quisera consolá-La e que Ela não chorasse, mas parecia-me que precisava mostrar suas lágrimas para melhor mostrar seu amor esquecido pelos homens.

“As lágrimas de nossa terna mãe, longe de enfraquecer seu ar de majestade de rainha e senhora, pareciam, ao contrário, embelezá-La.

A verdadeira rainha é tal que ela tem uma beleza quando ela está alegre, outra beleza quando ela está triste, outra beleza quando ela está despreocupada. Em tudo são belezas especiais.

Em Nossa Senhora as lágrimas davam uma beleza inconfundível, que é a beleza da dor da rainha.

“pareciam, ao contrário, embelezá-la, torná-la mais digna de amor - amável aí quer dizer mais digna de amor - mais radiante.

Radiante no sentido de irradiante.

No próximo post comentaremos o olhar de Nossa Senhora segundo Mélanie.

(Comentários: Plinio Corrêa de Oliveira, 19/09/66. Sem revisão do autor)



O olhar irreproduzível de Nossa Senhora de La Salette

Os olhos são o resumo da face e a quintessência de toda a expressão do corpo. Como é que se exprimiria a alma de Nossa Senhora na parte de seu corpo santíssimo que é a mais expressiva?

“Os olhos da Santíssima Virgem, nossa terna mãe, não podem ser descritos por uma língua humana.

“Para deles falar, seria preciso um serafim, seria preciso a própria linguagem de Deus, de Deus que formou a Virgem Imaculada, obra prima de seu poder.

Realmente, é o sublime. O próprio do sublime é não poder ser descrito por língua humana.

“Os olhos da augusta Maria pareciam mil e mil vezes mais belos do que os brilhantes, os diamantes e as pedras preciosas.

Mais uma vez ela compara não só as lágrimas de Nossa Senhora, mas também os olhos dEla com cristais, com pedrarias.

“Eram como a porta de Deus de onde se podia ver tudo aquilo que pode encantar a alma.

A expressão é magnífica. Porque na Ladainha se diz: Nossa Senhora Janua caeli, porta do Céu.

E, realmente, Nossa Senhora é a mais clara manifestação de Deus, mais do que qualquer anjo. E quem olhar, portanto, os olhos de Nossa Senhora, olha a mais alta manifestação de uma alma que é o espelho da justiça de Deus.


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Mais transcendente, apenas o olhar de Nosso Senhor Jesus Cristo. Que não há palavras para falar.

Se a gente pensar nos mil olhares de Nosso Senhor, e acompanhar as cenas do Evangelho pensando no olhar que Ele tinha daria uma meditação dos Evangelhos superabundante, magnífica.

Imaginando como era a Sagrada Face. As duas imagens onde uma meditação assim melhor se possa fazer são o Santo Sudário e o Beau Dieu d'Amiens, que pelo que eu conheça, é a mais bela imagem de Nosso Senhor.

Então continua:

“Somente essa visão dos olhos da mais pura das Virgens seria suficiente para ser o Céu de um bem-aventurado.

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Fala da mais pura das virgens e como é que não poderia ser puríssima? Eu tenho impressão que é um olhar castificante.

Quem olhasse esse olhar, poderia ficar casto a vida inteira na hora. Só porque seu olhar conseguiu fitar o olhar imaculadamente puro de Nossa Senhora.

“Seria suficiente para fazer uma alma entrar na plenitude das vontades do Altíssimo, entre todos os acontecimentos que sucedem no curso da vida.

“Quem visse os olhos de Nossa Senhora faria a vontade de Deus para sempre. Seria suficiente para impelir uma alma a contínuos atos de louvor, agradecimento, reparação e expiação.

São os atos de culto: louvor, agradecimento, expiação e reparação. Quer dizer, bastaria isso para ter tanto o que louvar, tanto que expiar, tanto para reparar, tanto para dar ação de graças, que a vida inteira se passaria nisso.

“Somente essa visão concentra a alma em Deus e a torna como uma morta-viva, que olha as coisas da terra sem importância...

Depois que uma pessoa viu isso não dá importância a mais nada, que só dá importância a não pecar.

Vamos pedir a Nossa Senhora de la Salette que nos dê uma impregnação de algo de todas essas graças na alma.



E que, sobretudo, nós tenhamos a apetência de ver os sagrados olhos e Nossa Senhora no Céu, o espelho de Sua face, espelho de Seu coração.

Imaginem que o Céu fosse só isto: nós, a vida inteira, a eternidade, sentirmos sobre nós, fitados, os olhos de Nossa Senhora. E fitados os olhos divinos de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Ainda que não houvesse mais nada, haveria matéria para nós sermos inundados de felicidade eternamente.

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Coroação de Nossa Senhora no Céu. Gentile da Fabriano (1370-1427), Museu Paul Getty
Então, para nos dar o desejo do Céu, nós devemos pensar uma eternidade nesses olhos, contendo todas as variedades de expressão, de amor para conosco, de sublimidade, de grandeza de Deus.

Tudo isso pousado sobre nós a nos ver, e a nos analisar, a se embeber em nós, e nós embebidos eternamente neles.

Não precisaria mais nada para a gente ter um imenso desejo do Céu.

(Comentários: Plinio Corrêa de Oliveira, 19/09/66. Sem revisão do autor)


Analogias entre o segredo de La Salette e as profecias de Don Bosco

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Panorama dos incêndios comunistas durante a Comuna de Paris, 1871
Panorama dos incêndios comunistas durante a Comuna de Paris, 1871
“Paris será queimada”: estas palavras do segredo, obviamente causaram muita impressão na França. Mélanie as confirmou repetidamente, como vimos em post anterior.

“Paris e o Papa! Paris e o Papa! Oh, infeliz Paris!” era uma exclamação frequente dela. Também em mais de uma ocasião advertiu a conhecidos de não irem à capital pois temia a proximidade do cumprimento da visão. Na versão oficial de 1851, Mélanie escreveu: “Paris, esta cidade suja de toda espécie de crimes, perecerá infalivelmente”.

Mélanie não foi a única a transmitir essa advertência divina à Cidade Luz. Também o fez São João Bosco.

Na Epifania de 1870, o santo de Turim teve um sonho profético. Nele viu três castigos sucessivos caírem sobre Paris e quatro sobre Roma.

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Ruínas do Ministério das Finanças, incendiado pelos revolucionários comunistas, Comuna de Paris 1871
Ruínas do Ministério das Finanças, incendiado pelos revolucionários comunistas, Comuna de Paris 1871
Numa carta entregue ao Beato Pio IX, Dom Bosco comunicou a visão nestes termos:

“Na vigília da Epifania deste ano de 1870, senti desaparecerem todos os objetos materiais do meu quarto e me encontrei na contemplação de coisas sobrenaturais. (...) Eis uma ideia do que vi, com a palavra de Deus acomodada à palavra do homem. (...)

“As leis da França já não reconhecem o Criador e o Criador, se dará a conhecer e a visitará três vezes com o açoite do seu furor.

“Na primeira, humilhará sua soberba com derrotas, com o saque, com a destruição de suas colheitas, de seus animais e de seus homens.

“Na segunda, a grande prostituta da Babilônia, aquela que os bons chamam gemendo o prostíbulo da Europa, será privada do seu chefe e tomada pela desordem.

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Profanação da igreja de S.Germain l'Auxerrois por um "clube de mulheres"
Profanação da igreja de St.Germain l'Auxerrois por um "clube de mulheres"
“Paris... Paris...! Em vez de te armar com o nome do Senhor, tu te rodeias de casas de imoralidade. Estas serão destroçadas por ti mesma.

“Teu ídolo será reduzido a cinzas, para que se cumpra que “mentita est iniquitas sibi” [a iniquidade se enganou a si mesma]. Teus inimigos te cercarão e te trarão a fome, o terror e a abominação das nações.

“Mas, ai de ti se não reconheceres a mão que te golpeia! Quero castigar a imoralidade, o abandono, o desprezo da minha lei, diz o Senhor.

“Na terceira, cairás em mãos estrangeiras. Teus inimigos verão de longe teus palácios envoltos em chamas, tuas habitações convertidas num amontoado de ruínas, banhadas com o sangue dos teus valentes, que já não terão vida”.

De fato, Paris sofreu enormes destruições em 1871, em decorrência da revolução comunista da Commune, a invasão prussiana e a guerra civil entre comunistas (communards) e republicanos (versaillais). Também sofreu muito na I Guerra Mundial.

Na II Guerra Mundial Hitler preparou a destruição da capital francesa, mas não chegou a efetivá-la.

Porém, os termos usados por Mélanie na resposta ao engenheiro Dausse – “perecerá infalivelmente” – excluem uma aplicação do segredo de La Salette a qualquer um desses desastres históricos.

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Massacres revolucionárias durante a Revolução Francesa
Massacres revolucionárias durante a Revolução Francesa
A imoralidade de Paris e – o que é mais grave – os erros que se espalham a partir delas, como os da Revolução Francesa ou os de maio de 1968, continuam hoje sua obra corruptora.

De fato, aludindo à Revolução Francesa e aos iníquos princípios que ela espalhou no mundo, Maximin escreveu na redação de 1851: “A França corrompeu o universo, um dia será punida. A fé se extinguirá na França, três quartas partes da França não praticarão mais a Religião, ou quase nada. A outra parte a praticará sem praticá-la bem”.

Em carta de 7 de janeiro de 1872, depois das devastações da Comuna de 1871, Maximin esclareceu que o castigo anunciado sobre Paris ainda não tinha chegado.

Visão de conjunto dos grandes eventos futuros (nosso presente?)Beata Ana Maria Taigi 11

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Chuva de fogo e besta do Apocalipse.  Ottheinrich-Bibel, Bayerische Staatsbibliothek, Cgm 8010, Folio296r.
Chuva de fogo e besta do Apocalipse.
Ottheinrich-Bibel, Bayerische Staatsbibliothek, Cgm 8010, Folio296r.


continuação do post anterior

“Desde os tempos de S.S. o Papa Pio VII – depôs Mons. Natali no processo de beatificação –, quer dizer, no ano 1818, a Serva de Deus descreveu para mim a revolução de Roma e tudo o que aconteceu, e a seguir falou-me muitas vezes – aliás, de um modo muito mais espantoso, dizendo que tinha sido mitigada pelas orações de muitas almas caras a Deus, que se ofereceram a Ele em satisfação da Justiça Divina.

“Porém, ela disse-me que a iniquidade haveria de avançar triunfante, e muitos que se acreditava serem bons teriam tirado a máscara, e que o Senhor queria descobrir a cizânia e depois Ele teria sabido o que fazer dela.



“Que as coisas estariam de tal maneira convulsionadas que o homem já não seria capaz de as pôr em ordem, mas que Seu braço onipotente haveria de remediar tudo.

“Ela me disse que o flagelo da terra tinha sido mitigado, mas não o do céu, que era horrível, espantoso e universal.

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Vaticano sob a neve em recente e inusual nevasca
Vaticano sob a neve em recente e inusual nevasca
“Que o Senhor não o tinha dado a conhecer nem sequer às almas por Ele mais amadas nesta terra. Que teria chegado inesperadamente e que os ímpios teriam sido destruídos.

“Que antes desse flagelo todas as almas que na sua época tinham fama de santidade deveriam estar todas sepultadas.

“Que numerosos milhões de homens deveriam morrer por obra do ferro, uma parte nas guerras, outra parte em conflitos, e outros milhões de morte imprevista – entenda-se que por todo o mundo.

“Que, em consequência, nações inteiras haveriam de voltar à unidade da Igreja Católica, muitos turcos, gentios e hebreus hão de se converter de um modo que surpreenderá aos cristãos, que ficarão admirados pelo fervor e a observância que mostrarão com suas vidas.

“Numa palavra, ela disse-me que o Senhor queria purgar o mundo e Sua Igreja, e para isso Ele preparava uma nova safra de almas que, desconhecidas, apareceriam para realizar obras grandes e milagres surpreendentes.

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Paris em ruínas. Concepção artística.
Paris em ruínas. Concepção artística.
“Ela me disse que depois de o Senhor ter varrido a terra com guerras, revoluções e outras calamidades, haveria de começar o céu, e então teria lugar o fim de dito flagelo com uma convulsão geral de fenômenos meteorológicos os mais espantosos e com grande mortalidade.

“A Serva de Deus me disse várias vezes que o Senhor lhe fez ver no misterioso Sol o triunfo universal da nova Igreja, de tal maneira grande e surpreendente que ela não podia descrevê-lo” (Proc. Ord. fol. 695-696, apud Mons. Carlo Salotti, pp. 340-342).

O triunfo da Igreja e o Restaurador

A purificação operada por Deus através de seus ministros angélicos e humanos, de instrumentos materiais e até por eventuais intervenções pessoais, terá um objetivo único: a restauração da Igreja Católica no grau de honra que lhe é devido e a recomposição da Civilização Cristã.

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A Igreja triunfa sobre a Sinagoga de Satanás, Notre Dame de Paris
A Igreja triunfa sobre a Sinagoga de Satanás, Notre Dame de Paris
Numa anotação de 18 de fevereiro de 1833, lemos uma das tantas e insofismáveis referências a esse triunfo universal da Igreja:

“Quando tome corpo a Igreja renovada, os poucos que restarão serão poucos, pouquíssimos e estarão extremamente surpreendidos e cheios de temor vendo tudo o que se fará por Deus, como se amará a Deus e o que se sofrerá por Deus. (...) A ti não cabe vê-lo” (Vol. IX, pág. 118).

Em 1828, encontramos o registro de uma visão que acena com a vinda de uma alma destinada a desempenhar um papel histórico de restaurador. Quem ou como seria ela? O texto não deixa margem a muitas suposições concretas:

“Viste? Observas? Contemplas? Eis a alma apostólica, eis o homem que luta pela vinha, eis aquele que é igual aos que tanto lutavam pela minha glória. Seus esforços, seus suores, suas obras serão premiadas no Paraíso com tanta glória que mente humana alguma jamais conseguirá imaginar.

“É tamanho o amor que Eu tenho por essa criatura, que ela só o conhecerá no Paraíso. Esse é um homem verdadeiramente zeloso. Esse não tem mancha alguma.

“Esse não tem finalidades humanas, não procura interesses e, desde a mais tenra juventude, jamais passou por ele o vício do cortesão” (Vol. VII, pág. 380).

Essa alma teria então um papel relevante nessa purificação da ordem humana.

Notas:
1 ) Pe. Gabriel Bouffier S.J., “La Vénérable Servante de Dieu Anna-Maria Taigi d'après les documents authentiques du procès de sa béatification”, Ambroise Bray, libraire-éditeur, Paris, 1865.
2 ) Todas as citações dos ditados da Beata anotados de Mons. Natali foram tiradas dos Manuscritos origináis conservados sob a classificação MS. 337ª no Arquivo de San Carlo alle Quattro Fontane dos padres trinitários de Roma. Eles são citados indicando o volume e a página respectiva.
3 ) Proc Apost. fol. 1537, apud Mons. Carlo Salotti, “La Beata Anna Maria Taigi secondo la storia e la critica”, Libreria Editrice Religiosa, Roma — Scuola tipografica italo-orientale « S. Nilo », Grottaferrata, 1922, 423 págs.
continua no próximo post

Conselhos finais para o grande dia da “definitiva”, o grande dia de DeusBeata Ana Maria Taigi 12

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O corpo da beata em sua urna. São Crisogono, Roma.
Deus lhe fez saber que ela não veria os grandes acontecimentos que ela, entretanto, profetizou.
continuação do post anterior

A “definitiva” não era para o tempo da Beata que, portanto, sabia que não veria o triunfo de Deus contra todos os inimigos da Igreja.

Porém, obviamente, seus confidentes e amigos defendiam este ou aquele procedimento para melhor se prepararem.

Entretanto, foi Nossa Senhora quem ensinou à Beata a atitude certa para dispor seu espírito para a “definitiva”. Em 13 de setembro de 1831, assim lhe disse:


“agora não é tempo de milagres, porque a hora de a Igreja retornar ao seu primeiro estado ainda não chegou. Filhos meus, eis aqui vossa Mãe. Eu vos abençôo, abençoa-vos Meu Pai, mas sede bons, sede bons, sede bons.

“Sofrei com boa disposição por meu amor, até que venha o Espírito Santo para vos abrasar de amor e dar a definitiva a este mundo iníquo. Tereis chegado ao fim.

“Fica-vos pouco por padecer. Todos os reinos, cidades, povos, castelos, províncias, se encontrarão em penas, em problemas, em tribulações, em tormentos até a definitiva” (Vol. IX, págs. 152-155).

Segundo o Pe. Bouffier S.J., “Ana Maria falava amiúde” ao sacerdote seu confidente, “da perseguição pela qual a Igreja deveria passar, e da infeliz época em que se veria o desmascaramento de uma multidão de pessoas que se acreditava serem dignas de consideração.
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O desmascaramento dos líderes católicos insinceros e a derrota dos ímpios
será pre-figura do desmascaramento e derrota do anti-Cristo.
Foto: o Anticristo aconselhado pelo demônio.
Luca Signorelli, basílica de Orvieto

“Certa vez ela perguntou a Deus quem resistiria a essa terrível prova. E lhe foi respondido: ‘aqueles a quem concederei o espírito de humildade’”.

Por isso Ana Maria estabeleceu em sua família o costume de após o terço da noite, rezar três Padre-Nossos, Aves e Gloria ao Pai, a fim de obter da misericórdia e bondade infinita da Santíssima Trindade a mitigação do flagelo que Sua justiça reserva para esses tempos calamitosos.

“Esse flagelo lhe foi manifestado numerosas vezes no misterioso sol.

Aprouve a Deus revelar-lhe também que após numerosas e dolorosas provações, a Igreja obteria um triunfo tão portentoso que os homens ficariam estupefatos; que nações inteiras voltariam à unidade na Igreja romana e que a Terra mudaria de aspecto” (Bouffier, op.cit.,págs. 251-252).

A Beata faleceu em Roma no dia 26 de novembro de 1837.

Sua causa de canonização foi introduzida em 8 de janeiro de 1863, sob o pontificado do Bem-aventurado Papa IX, pelo qual ela oferecera inúmeros padecimentos e orações.

Em 4 março de 1906, o Papa São Pio X aprovou o decreto de virtudes heroicas declarando-a Venerável.

Ana Maria Taigi foi beatificada no dia 30 de maio de 1920 por S.S. Bento XV. Segundo informou a agência ACIDigital: "o decreto de beatificação a aponta como: 'pródigo único nos fastos da Santidade'".

A Santa Sé fixou sua festa para o 10 de junho. Seu corpo está exposto em urna de cristal num altar da igreja de São Crisógono in Trastevere, na capital dos Papas, onde pode ser venerada pelos fiéis. Um muito discreto museu na igreja recolhe objetos e pertences ligados à vida da Beata.

FIM

Notas:
1 ) Pe. Gabriel Bouffier S.J., “La Vénérable Servante de Dieu Anna-Maria Taigi d'après les documents authentiques du procès de sa béatification”, Ambroise Bray, libraire-éditeur, Paris, 1865.
2 ) Todas as citações dos ditados da Beata anotados de Mons. Natali foram tiradas dos Manuscritos origináis conservados sob a classificação MS. 337ª no Arquivo de San Carlo alle Quattro Fontane dos padres trinitários de Roma. Eles são citados indicando o volume e a página respectiva.
3 ) Proc Apost. fol. 1537, apud Mons. Carlo Salotti, “La Beata Anna Maria Taigi secondo la storia e la critica”, Libreria Editrice Religiosa, Roma — Scuola tipografica italo-orientale « S. Nilo », Grottaferrata, 1922, 423 págs.

S.S. Pio XII viu o “milagre do sol” quatro vezes no Vaticano

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O “milagre do sol” tal como aconteceu em Fátima diante de 40.000 pessoas repetiu-se quatro vezes diante do olhar de S.S. Pio XII no Vaticano.

Segundo informou o vaticanista Andrea Tornielli, citado pela agência Zenit, o fato ficou consignado num bilhete manuscrito do próprio Papa que foi exposto na amostra “Pio XII: o homem e o Pontificado”, na Santa Sé.

O bilhete foi achado nos arquivos da família do Pontífice.

“Eu vi o ‘milagre do sol’, esta é a pura verdade”, escreveu ele.


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No bilhete, Pio XII esclarece que o fato se deu em 30 de outubro de 1950, às 16 hs., durante seu habitual passeio pelos jardins vaticanos, perto de uma imagem de Nossa Senhora de Lourdes.

"O sol, que estava ainda bastante alto, aparecia como um globo opaco amarelado, circundado ao redor por um círculo luminoso", que, contudo, não impedia em absoluto fixar o olhar «sem receber o mais mínimo incômodo. Havia uma pequena nuvem adiante».

A nota de S.S.Pio XII continua descrevendo "o globo opaco" que "se movia para fora ligeiramente, seja girando, seja movendo-se da esquerda para a direita e vice-versa. Mas dentro do globo se viam com toda clareza e sem interrupção fortíssimos movimentos".

O milagre se repetiu, segundo o Papa, nos dias 31 de outubro, 1º e 8 de novembro do mesmo ano, antes, durante e depois da definição do dogma da Assunção de Nossa Senhora.

Teriam sido avisos da Providência no sentido de que era chegada a hora de fazer a consagração da Rússia nos termos pedidos por Nossa Senhora em Fátima?

O fato é que esta ainda não foi feita e os erros socialo-comunistas seguem devastando o mundo.


Após a aparição começa o calvário dos videntes

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A aparição segundo uma gravura da época
Por vezes pode-se julgar que a vida de quem viu Nossa Senhora seja um Céu na Terra, despojada de lutas e provações.

No caso de Mélanie e Maximin, suas vidas foram cheias de manifestações de predileção divina, sem dúvida.

Mas também padeceram muito, perseguidos pelo ódio diabólico e pela atuação de associações anticatólicas revolucionárias.

É doloroso constatá-lo, igualmente por sacerdotes, bispos e até cardeais adeptos das ideias que confluiriam para o perturbador progressismo hodierno, as quais a Santíssima Virgem apontou como uma das causas da cólera de Deus.

Eis alguns exemplos. Em 1853 o Pe. C. J. Déléon, sacerdote em interdito, publicou sem autorização eclesiástica dois volumes atribuindo a aparição a uma montagem de uma piedosa senhorita, Constance Saint-Ferréol de Lamerlière, que teria ludibriado as crianças.

O mirabolante livro foi condenado pela Igreja, e Constance pediu à Justiça que seu nome fosse tirado do escrito. O pedido foi recusado sem explicações em todas as instâncias judiciárias. Por isso, para o Judiciário francês, La Salette foi uma fraude religiosa.




O Cardeal Luís de Bonald, primaz da França e líder liberal, chegou a escrever que a aparição fora uma falcatrua, porque visaria explorar comercialmente a água da fonte que começou a fluir ininterruptamente no local da aparição.

Tendo sido flagrado fornecendo à Santa Sé informações falsas sobre o caso, para dizer pouco, o Cardeal silenciou, mas suas insinuações e negações envenenaram o ambiente católico contra a aparição e os videntes.


Melania e Maximino: fiéis narradores da visão de La Salette

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Melania e Maximino fiéis transmissores da mensagem
Nos anos subsequentes à aparição as duas crianças repetiram infatigavelmente a mensagem pública de Nossa Senhora aos peregrinos que iam a La Salette.

Aqueles que os conheceram contaram que eles tinham as reações típicas da idade, mas se transformavam na hora de falar da aparição.

Dois meses depois da aparição, já somavam mais de duzentos os eclesiásticos que tinham interrogado os videntes no próprio local do celeste acontecimento.

A naturalidade e a humildade dos videntes deixou muito bem impressionados os observadores prudentes.

O cônego Rousselot, vigário geral honorário da diocese de Grenoble, foi encarregado pelo bispo de presidir as investigações oficiais. Ele analisou longamente a figura e o caráter de Maximin e destacou sua despretensão:


“Numa palavra, esta criança em nada parece perceber que há dez meses é o objeto da curiosidade, da solicitude, da atenção, dos afagos de um público numeroso. Ele nem se põe a questão de ser causa primeira do concurso prodigioso de pessoas que tem lugar todo dia em La Salette”.

“Só Deus pode dar tal linguagem às crianças”

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O Pe. Félix Repelin, professor de retórica no seminário menor de Embrun, durante três horas tentou ver se os pequenos videntes relaxavam e contavam algo do segredo.

 Para esse efeito ele sugeriu a Mélanie que a figura que tinha aparecido fosse talvez um mau espírito que queria semear a desordem na Igreja.

Mélanie respondeu no ato: “Mas senhor, o demônio não usa uma cruz!”

O douto eclesiástico insistiu, lembrando que o demônio levou Nosso Senhor sobre o templo durante a tentação no deserto.

“Não senhor – respondeu Mélanie – o bom Deus não deixaria levar sua cruz desse modo. Foi pela cruz que Ele salvou o mundo”.

O Pe. Félix depois escreveu:

“A segurança desta criança, a profundidade desta resposta, da qual ela talvez não percebia toda a beleza, me fecharam a boca”.

Mas o Pe. Félix voltou à carga, e perguntou:

– Mélanie, teu anjo da guarda sabe teu segredo?

– Sim senhor.

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Videntes de La Salette
– Portanto, tem alguém que o sabe...

– Mas meu anjo da guarda não pertence ao povo.

– Mas se os anjos da guarda o sabem, nós acabaremos um dia por sabe-lo também...

– Então faça que ele lhe conte – respondeu Mélanie sorrindo.

O mesmo sacerdote soube que Maximin ficara muito tocado por uma representação da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo; e que nos dias seguintes, três ou quatro vezes deixou escapar: “Eu vi qualquer coisa de meu segredo”.

O Pe. Félix relembrou essas palavras a Maximin, que confirmou:

– Sim senhor, eu disse isso.

– Então teu segredo se refere à Paixão de Nosso Senhor!

– Ah! Refere-se a isso ou a outra coisa!

– Mas deve ter relação com o que você viu...

– Mas o senhor não sabe o que eu vi antes, durante ou depois!

– Eu poderia sabê-lo, recolhendo informações das pessoas...

– Faça o possível.


“Diante desta resposta precisa e rápida – escreveu o cônego Repelin ao bispo – nós não soubemos mais o que acrescentar. Nós compreendemos que era impossível reunir todas as circunstâncias e separar as que poderiam ter relação com qualquer coisa do seu segredo. Pareceu-nos que só Deus podia dar uma tal linguagem às crianças”.

No mesmo sentido depôs o reitor do seminário menor de Grenoble, Pe. Pierre Chambon, em novembro de 1846:

“Até o presente, estas pobres crianças têm sido admiravelmente fiéis ao segredo. Nós temos ficado verdadeiramente impressionados pelos recursos surpreendentes que eles tiram para se defender quando se os aperta, não obstante sua candura e simplicidade. Eles fugiram facilmente de todos nossos ardis e de nossas artimanhas. Foi-nos impossível dar a volta neles”.


Resistência invicta

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Mons Dupanloup tentou subornar a Maximin

Não faltaram incrédulos ou mal intencionados que tentaram pegar os jovens videntes em contradição, ou fazê-los violar dolosamente o dever de guardar o segredo.

Nas respostas das crianças transparecia de tal maneira o sobrenatural, que até os adversários ficavam dominados por um misto de desconcerto e admiração.

Um caso arquetípico deu-se com o Pe. Dupanloup, líder liberal francês.

O eclesiástico posteriormente, como bispo de Orleans, foi um dos chefes da oposição à proclamação do dogma da infalibilidade papal, durante o Concílio Vaticano I.

O Pe. Dupanloup passou alguns dias com Maximin, tentando que o menino lhe confidenciasse o segredo.

Até colocou sobre a mesa uma pilha de moedas de ouro – coisa que deslumbrou a Maximin, pois sendo de família miserável, jamais vira algo assim – e lhas ofereceu em troca da violação do compromisso com Nossa Senhora.

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Melanie não temeu ameaça de prisão
O pretexto foi tirar da indigência a ele e sua família.

A reação de Maximin foi de uma tal integridade, que o Pe. Dupanloup saiu confundido:

“Eu senti que a dignidade da criança era maior que a minha”, escreveu ele.

Outro caso deu-se com o juiz da cidade. Ele interrogou as duas crianças separadamente.

Ofereceu-lhes dinheiro para que delatassem o segredo e desmentissem de público o acontecido.

“Guarde seu dinheiro – respondeu Mélanie –, eu não me retrato em nada e eu não quero desvendar o meu segredo”.

Então o juiz ameaçou colocá-la na prisão.

“Eu entrarei na prisão – respondeu Mélanie – mas meu segredo entrará comigo”.

O juiz então insinuou qualquer coisa que soava como ameaça de morte, e ela retrucou: “Sr. juiz, não se morre mais de uma vez”.

O êmulo de Pilatos desistiu da tentativa.



Uma grande razão para rezarmos pelas almas dos falecidos: o Purgatório

Pensando no bem que podem ganhar nesta data religiosa as almas dos fiéis defuntos -- ente as quais pode haver parentes ou amigos nossos -- reproduzimos a continuação o post Museu das almas do Purgatório 1: uma janela para o além que merece ser mais estudada com estimulante matéria a respeito para rezarmos por essas almas.


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Fachada da igreja do Sagrado Coração do Sufrágio

Indo à Basílica de São Pedro pelo Lungotevere – a avenida que bordeja o histórico rio Tibre – o romeiro é surpreso por uma bonita igreja que tem o imponderável de conter algo muito singular.

Não é só o fato de seu estilo neogótico evocar a França e destoar do distendido conjunto arquitetônico romano.

Luminosa, delicada, esguia, sorridente, mas infelizmente fechada boa parte do dia, a igreja do Sagrado Coração do Sufrágio fica a dois quarteirões de Castel Sant’Angelo e da Via dela Conciliazione, que leva direto ao Vaticano.

VER EM GOOGLE MAPS

Perguntei a amigos romanos o que havia nessa igrejinha.

Eles me explicaram – não sem antes me prevenirem de não me espantar – que lá havia um Museu das Almas do Purgatório.

Quer dizer, uma coleção de sinais do além deixados por essas almas, que na maioria das vezes apareceram ardendo internamente a parentes ou irmãos de religião.

Sempre pedindo orações para saírem do Purgatório, onde pagavam penas devidas a seus pecados e irem para o Céu.

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A igreja com destaque à direita, no centro Castel Sant'Angelo,
à esquerda sai a Via della Conciliazione rumo a São Pedro
Quando achei o horário certo, ingressei pela igrejinha do Sagrado Coração do Sufrágio naquele inédito museu.

Nele os objetos estão expostos dentro de quadros protegidos por vidros, encostados uns aos outros por causa da exiguidade da sala.

Talvez seja o menor museu do mundo. E, entretanto, pode-se dizer que o tema ao qual se dedica é mais transcendente que o de muitos museus mais ricos e famosos.

Na época, lamentei as parcas informações fornecidas numa simples folha para uso geral dos visitantes. Mas, ainda assim, os testemunhos do além muito me impressionaram.

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Interior da igreja
A importância do Museu evidenciou-se ainda mais com a entrevista realizada há pouco por uma TV italiana com o pároco da igreja, o Pe. Domenico Santangini.

Como ela foi feita em italiano, transcrevi todas suas palavras para o português e apresentando-as aqui.

Os singulares objetos que fazem parte do Museu – roupas, madeiras e outros objetos queimados com formas de mãos e outras pelas almas em fogo – merecem serem estudados pela ciência.

Como católicos nada tememos sobre as verdades de Fé envolvidas no caso.

O Purgatório não foi objeto de uma definição solene ex-cathedra, mas são inúmeros os ensinamentos revelados contidos nas Escrituras e não é lícito duvidar de sua existência.

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No centro do altar mor, o Sagrado Coração de Jesus recebe as orações
de Nossa Senhora e São José.
Embaixo, as almas do Purgatório se voltam para o anjo e Nossa Senhora
enquanto o sacerdote oferece a Missa pelas almas que purgam.
Se os teólogos discutem sobre ele, é apenas sobre seu lugar e outras circunstâncias que não mudam o fato essencial: o Purgatório existe e por ele devem passar as almas destinadas ao Céu, mas que devem pagar penas por faltas cometidas na Terra.

Diz-se até que a grande Santa Teresa de Jesus teria passado pelo Purgatório para fazer uma genuflexão que não fez certa vez ao atravessar uma capela...

Como sói acontecer, estudos científicos poderiam fornecer detalhes materiais que contribuiriam para compreendermos melhor a realidade desse lugar do além, o qual não está tão longe de nós como poderíamos achar.

Em consequência, nós nos sentiríamos mais convidados a rezar pelas almas que nele estão – quem garante que também nós não poderemos estaremos um dia? – e fazermos uma meditação sobre o destino final de nossa existência.

“Pensa nos teus novíssimos e não pecarás eternamente” (Eclo 7, 40) – ensinam as Escrituras.

Aliás, o caso desse museu não é o único sobre o qual as ciências não se debruçam.

Mas é algo muito concreto, material: as provas estão gravadas com fogo em panos, folhas, livros e móveis que a gente vê com os próprios olhos e que nos abre uma janela para uma imensa realidade.

Eis a transcrição da entrevista do pároco e curador do Museu do Purgatório:


Pe. Domenico Santangini, pároco do Sagrado Coração do Sufrágio, Roma: É certo que o Purgatório existe, embora não seja uma verdade de fé absoluta como o Inferno e o Paraíso. Porém, para a Igreja, é uma realidade autêntica, verdadeira.

Muitos, infelizmente, fingem não acreditar ou não acreditam de fato, por motivos pessoais. Para nós existe.

Como? Por quê?

Porque o homem é pecador e, enquanto tal, para chegar ao Senhor tem necessidade de purificação. E esta passagem das almas boas é obrigatória, uma passagem para ter uma alma limpíssima.

É lógico que o Purgatório é uma passagem para o Paraíso, não pode ser para o Inferno. Porque o Inferno é uma condenação absoluta e imediata.

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Nossa Senhora do Carmo resgata almas do Purgatório.
Brooklyn Museum, escola de Cuzco, Peru
Portanto, procuremos descobrir a importância do Purgatório e de rezar muito pelas almas do Purgatório.

Porque, uma vez que estas almas entram no Paraíso, elas podem interceder por nós que estamos aqui embaixo.

Portanto, caros amigos, caríssimos fiéis, permanecei tranquilos e serenos. O Purgatório é uma grande verdade, uma grande realidade que não podemos deixar de reconhecer.

Quando falamos do além, falamos das almas do Purgatório.

Certamente podemos falar do Inferno.

Mas, não cabe a nós estabelecer quem está no Inferno ou no Purgatório. Só o Padre Eterno sabe, por isso nós cristãos de boa fé, quando encomendamos uma Missa pelos defuntos, a encomendamos pelas almas do Purgatório.

As almas santas podem se fazer sentir, “se apresentar” a nós, de muitas maneiras.

Poder ser num sonho, pode ser num elemento exterior, pode ser uma intuição, pode ser algumas vezes uma aparição.

Assim como temos nesta paróquia, existem testemunhos que põem em evidência como as almas do Purgatório pedem a nós, vivos, orações ou Santas Missas para que elas possam ser liberadas dos sofrimentos do Purgatório.

Por que o Purgatório é sofrimento? Por quê? É sofrimento porque ainda não chegaram a Deus. É o sofrimento da separação de Deus. Esta separação cessa quando entram no Paraíso.

Quem pratica o espiritismo não faz outra coisa senão invocar a alma dos mortos, mas, se respondem, esses mortos querem dizer que estão no Inferno.

Porque as almas que estão no Purgatório, embora distantes do Senhor, não se prestam ao nosso jogo humano de invocação, enquanto que as almas do inferno, que já são almas perdidas, como verdadeiros diabos então respondem, para poder atrair outras almas para onde elas estão.

Portanto, o espiritismo é exatamente o oposto da oração ou da aparição dessas almas aos vivos. É exatamente o oposto.
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Altar pelas almas do Purgatório. Igreja de São Francisco, Pontevedra, Espanha

O bom cristão não pode não acreditar no Purgatório. Porque se ele não crê no Purgatório não é um verdadeiro cristão, transforma-se quase num pagão. Sim, um pagão.

Jesus nos disse muitas vezes no Evangelho que, no Fim do Mundo, Ele levará ao Paraíso as almas dos justos que dormem o sono da paz. Os levará ao Paraíso. Então, quer dizer que existe esta passagem.

Lógico, há santos que talvez vão direto ao Paraíso. Mas muitas almas, por faltas mais ou menos graves, passam pelo Purgatório.

Mas o espiritismo é uma coisa nefasta, e os cristãos que vão consultar esses charlatões cometem pecado grave, gravíssimo.

Jornalista : E fazer encomendas é pecado?

Pe. Domenico Santangini: É pior ainda. É pior ainda. Por favor, não façam essas coisas. Porque é o demônio que responde, e de fato toma conta da vossa alma.

O demônio é velhaco, velhaquíssimo. Devemos verdadeiramente evitar ir, e dizer aos outros para não fazê-lo – a nossos parentes, amigos –porque, de outro modo, podem comprometer sua alma.

Quando dizemos que alguém vende a alma ao demônio é através dessa via, desse espiritismo, dessas evocações.

Clique aqui para a continuação


O calvário de Maximin

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Maximin, vidente de La Salette
Maximin entrou no seminário diocesano, onde primou por sua seriedade e piedade.

O novo bispo de Grenoble, Mons. Ginoulhiac, grande amigo do governo e acérrimo opositor da aparição, como condição para ser ordenado impôs-lhe não mais falar do caso e silenciar o segredo para sempre.

Maximin respondeu em carta:

“Se Sua Excelência Mons. Ginoulhiac tem a intenção de me paralisar antecipadamente, de não me deixar nem agir, nem falar nem escrever, quando a minha missão de apóstolo de La Salette tornar-me-ia obrigatório fazê-lo, pense antes de me dar sua opinião. Tal intenção, presente em meu superior, seria um sinal positivo de eu não ter vocação. Deus não iria me dar uma vocação sacerdotal diametralmente oposta à vocação que me vem de Maria: a de difundir em todo lugar e sempre, segundo as circunstâncias, suas advertências a seu povo”.

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Maximin, em foto de 1861
O bispo então expulsou-o do seminário. Maximin procurou estudar e trabalhar em Paris e Le Havre.

Mas onde ia, seguia-o uma série de maledicências e hostilidades de origem anticatólica ou eclesiástica liberal.

Tal murmuração espalhou ser ele inculto, estúpido, instável, bêbado e dissoluto.

Mons. Ginoulhiac não hesitou em escrever ao Ministro de Instrução Pública, anticatólico, acusando o vidente de “dizer um conjunto de mentiras voluntárias”.

O prelado se gabou de tê-lo banido do seminário como “ato de justa severidade” que o fez “cessar suas fantasias proféticas”.

O vigário de Saint Germain l’Auxerrois, famosa paróquia de Paris, escreveu um livreto acusando-o de viver em concubinato com sua mãe adotiva, piedosa mulher que por sinal, fora dirigida espiritualmente por São Pedro Julião Eymard!

Mensagens pessoais a políticos e eclesiásticos influentes

Maximin transmitiu mensagens pessoais para personagens importantes do tempo.

Ao conde de Chambord, pretendente legitimista à coroa da França, no sentido de dissuadi-lo de reinar.

Ao arcebispo de Paris, Mons. Darboy, a quem predisse que morreria fuzilado, como de fato o foi, pelos revolucionários comunistas da Comuna de Paris.

A Napoleão III, advertindo-o de sua próxima queda caso abandonasse o Papa, como acabou acontecendo.


Maximin alistou-se no corpo dos zuavos pontifícios, regimento de voluntários a serviço do Papa, mas a vida de caserna não correspondia ao seu ideal.

Em seus últimos anos de vida foi acolhido por uma família de Paris, até que esta perdeu a casa na revolução comunista da Comuna de 1871. Ele acabou dormindo ao relento, tendo, por isso contraído a doença que lhe provocou a morte.

Na mais extrema indigência, Maximin pediu a Mons. Ginoulhiac um albergue onde pudesse morrer dignamente.

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Túmulo de Maximin, no cemitério de Corps
O prelado recusou o pedido.

O bispo, “turiferário do regime”, tinha sido recompensado pelo governo com a Sé primacial de Lyon.

O Bem-aventurado Pio IX nunca lhe concedeu a honra do cardinalato, que é outorgada ex-ofício a todos os arcebispos de Lyon.

Na miséria, Maximin entregou sua alma a Deus em sua cidade natal de Corps, em 1º de março de 1875, aos 39 anos de idade.

Deixou o exemplo de uma vida moral íntegra e uma indomável determinação em fazer a vontade de Nossa Senhora, acima da vontade dos homens.

Seu coração foi depositado na basílica de La Salette, e seu corpo no pequeno cemitério de Corps, onde jaz atualmente.


O calvário de Mélanie

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Mélanie com 70 anos de idade
Mélanie ingressou nas Irmãs da Providência em Corenc, hoje periferia de Grenoble.

Não quis fazer-se religiosa de clausura, pois queria ter toda a liberdade para divulgar o segredo de La Salette.

A comunidade da Providência ficou edificada com suas virtudes e dons sobrenaturais.

Mélanie recebera os estigmas quando tinha quatro anos.

E o Menino Jesus, a quem ela chamava “meu irmãozinho”, aparecia-lhe regularmente para aconselhá-la.

As religiosas decidiram aceitar a sua profissão solene.

Mons. Ginoulhiac, porém, exigia-lhe que silenciasse para sempre a mensagem de La Salette e não divulgasse o segredo quando chegasse a data determinada pela Virgem Santíssima.

Como Mélanie não aceitasse essa imposição, no dia de sua profissão o bispo a enviou para visitar a abadia da Grande Chartreuse.

Na volta, a vidente percebeu que suas companheiras tinham feito os votos e ela ficara de fora.


Mons. Ginoulhiac aconselhou-a a ingressar no Carmelo de Darlington, na Inglaterra. Era um exílio, mas Mélanie aceitou em espírito de obediência.

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Mélanie, 1898, Messina, Itália
Em Darlington as carmelitas ficaram admiradas pelos dons sobrenaturais incomuns de Mélanie, bem como pelo assédio que sofria por parte do demônio.

Ela fez os votos com as ressalvas indispensáveis para garantir a divulgação do segredo.

Mélanie não sabia, mas Mons. Ginoulhiac ordenara ao diretor espiritual dela, sob pena de interdito, entregar-lhe as cartas da religiosa contendo matéria de consciência.

Quando se aproximava a data de 1858, ela sentiu-se numa espécie de cárcere e enviou cartas às autoridades, até jogando-as por cima do muro da clausura.

O fato foi muito explorado por seus inimigos, mas o bispo de Exham outorgou-lhe as devidas licenças e o Papa Pio IX confirmou a saída do claustro.

Voltou à França, mas nunca encontrou sossego, estando sempre submetida a pressões para não divulgar a mensagem.

Em 1858, como ordenara Nossa Senhora, ela enviou o texto integral do segredo ao Bem-aventurado Papa Pio IX. Além disso, providenciou sua publicação em Marselha em 1860.

E em Lecce (Itália) ele foi publicado com imprimatur do Servo de Deus Mons. Zola, em 1879.

Ameaçada de excomunhão por um bispo adversário de La Salette, Mélanie instalou-se no sul da Itália, onde alguns bispos a protegeram.

As incessantes mudanças de diocese, a que foi forçada a fazer, deram pretexto para maiores difamações.

Dizia-se que ela era orgulhosa, egocêntrica, masoquista e anti-semita histérica, giróvaga, mistificadora, amaciada com padres, e que fora surpreendida num prostíbulo!

Na Itália Mélanie foi co-fundadora das religiosas do Divino Zelo, que tem entre suas finalidades rezar pela vinda dos Apóstolos dos Últimos Tempos.

Faleceu em Altamura, província de Bari (Itália), sozinha num quarto, como tinha predito, na noite de 14 para 15 de dezembro de 1904, com 72 anos de idade.

Os vizinhos ouviram naquela noite um cântico angélico que ecoava em seu apartamento.


* * *


Contraditados, antipatizados, difamados e perseguidos por alguns, mas apreciados, defendidos e protegidos por pessoas virtuosas e mesmo santas, Mélanie e Maximin ficaram para sempre aos pés de Nossa Senhora, nas inúmeras imagens de La Salette que se veneram em toda a Terra.




Imagens de Nossa Senhora de Lourdes, da Luz e do Sagrado Coração de Jesus admiravelmente salvas nas Filipinas

Com menos de um mês de intervalo, duas enormes calamidades caíram sobre as Filipinas, país muito populoso de maioria católica.

O país é um grande arquipélago exposto a fenômenos sísmicos e furacões de rara intensidade.

No dia 16 de outubro um terremoto de magnitude 7.2 atingiu especialmente a ilha de Bohol danificando severamente grandes e sólidas igrejas coloniais, de até 400 anos de antiguidade.

A segunda grande calamidade foi provocada pelo tufão Haiyan (lá denominado Yolanda) em 8 de novembro que causou por volta de 2.500 mortes.

Nas duas imensas tragédias registrou-se o mesmo fenômeno: imagens de Nossa Senhora e do Sagrado Coração de Jesus ficaram admiravelmente indenes.

Por exemplo, a imagem pintada Ver foto ao lado.
numa igreja de Bohol: todo o muro da igreja caiu, mas a parte dele onde estava a imagem ficou surpreendentemente em pé.

No mesmo terremoto, informa a televisão filipina, diversas imagens, sobretudo de Nossa Senhora de Lourdes, também foram inexplicavelmente salvas.

“É um milagre” dizia Carol Ann Balansag ao jornal Inquirer News, apontando a imagem, intata no meio das ruínas, da padroeira da igreja da Santa Cruz, do século XVIII, em Barangay, província de Bohol.

Entre as ruínas da igreja de Nossa Senhora da Luz, na cidade de Loon, província de Bohol, os fiéis podiam invocar a misericórdia divina e o auxílio e o perdão diante da imagem da padroeira também assombrosamente salva.

Os fiéis fitavam com lágrimas nos olhos a gruta de Nossa Senhora da Luz arruinada, mas a imagem salva.

“O terremoto destruiu a igreja, mas não atingiu nossa padroeira”, dizia o Pe. Tom Balatayo.

Amélia Sevilla agradecia a Nossa Senhora por tê-la salvo a ela, o marido e os quatro filhos. Durante o terremoto, ela correu com eles para a igreja, temendo o tsunami que acostuma vir após a terra tremer.


Veja o vídeo: ele não tem som, pois segundo quem o postou na Internet, está em tagalo, língua incompreensível para nós ocidentais. Mas as imagens são suficientemente eloquentes.

Durante o tufão Haiyan a imagem do Sagrado Coração de Jesus cuja foto vemos ao lado, ficou em pé vencendo a fúria dos elementos.

Não haverá em todas estas proteções um ensinamento, e quiçá um aviso, para todos nós também?



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